Butantã


Butantã, que vem do Tupi-Guarani “terra dura”, uma terra que possuiu várias
denominações – entre eles Ybytatá, Uvatantan, Ubitatá, Butantan e, finalmente, Butantã
- desde que os portugueses entregaram as terras para Afonso Sardinha em 1607, para
que o mesmo construísse um porto para o escoamento da produção daquela zona.

Lembrando que foi na região do Butantã que foi montado o primeiro armazém de
açúcar. O bairro servia como rota de passagem para bandeirantes e jesuítas para o
interior do país.

Como Afonso e esposa não tiveram herdeiros, em sua morte, deixou as terras para os
jesuítas da Igreja do Colégio São Paulo, e foram passando de mãos em mãos até que em
1915 a CIA City Melhoramentos, tomou o direito das terras já que era a responsável
pela urbanização da região em torno do rio Pinheiros.
Cia. City começa com a campanha de loteamento em 1915.
                                                                               
Mas o desenvolvimento do bairro já começou a partir de 1900, sobretudo com a
implantação do Instituto Butantan (1901). O Instituto é o principal centro de pesquisa
biomédica e responsável por mais de 80% de soros e vacinas consumidos no país.
Sua principal missão institucional é, portanto, atender às demandas voltadas para a
saúde pública, contribuindo com o Estado para prover o bem-estar da população. 

Instituto Butantan.


O mesmo também disponibiliza acesso total a população, oferece também cursos de
extensões, visando à formação de profissionais que possam transmitir informações da
saúde pública. O conjunto arquitetônico foi tombado pelo Patrimônio Histórico em
1981. 

Hoje em dia o parque recebe cerca de 300 mil pessoas por ano. Além de desfrutar da
área verde, elas também podem visitar os museus Biológico, de Microbiologia,
Histórico e Emílio Ribas. Cerca de 3 mil pessoas trabalham no Instituto Butantan.

Com o Instituto como um modelo inspirador, a elite de São Paulo - políticos, jornalistas
e cientistas - passaram a pensar na fundação de uma cidade universitária na região, para
além dos cursos também garantir atenção à pesquisa e ao desenvolvimento do país.

A Universidade de São Paulo é a maior universidade pública brasileira, bem como uma
das universidades mais prestigiadas do país e da américa latina. Com aproximadamente
75.000 alunos, ela tem onze campus, oito deles estão em São Paulo, o seu principal é a
Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, na zona oeste, região do Butantã.

Neste campus está localizada a estrutura administrativa de toda a Universidade de São
Paulo, localiza-se a maioria das unidades de ensino, pesquisa e extensão da
universidade, além dos órgãos centrais da USP, como o gabinete do reitor.

Além das escolas dentro da universidade, há grandes áreas com potenciais turísticos,
podemos contar com uma grande quantidade de museus, como o MAC – Museu de Arte
Contemporânea da USP, com um rico acervo composto por obras de Pablo Picasso,
Tarsila do Amaral, Alexander Calder, e mais, possuindo cerca de 10 mil obras. É
considerado um centro de referência da arte moderna e contemporânea do brasil e do
mundo, entre outros museus, praças, áreas para a comunidade dentro da Cidade
Universitária.

Podemos dizer que a Cidade Universitária entra no mapa afetivo de cada um dos
cidadãos do bairro, cada um tem pelo menos uma história dentro dela, seja indo aos
museus, caminhar pelo campus, mesmo que não tenha cursado faculdade lá, etc.

De acordo com o livro “Butantã – Um Bairro em Movimento” muito dos moradores
vieram de outras regiões mas permaneceram no Butantã por ser uma localização
privilegiada, por estar próxima ao centro da cidade, ter a Cidade Universitária atraindo
jovens estudantes para seus comércios como o Rei das Batidas e o Beco da USP que se
localizam na região há mais de 35 anos.

Outro point da região são as padarias históricas, como Nova Charme de Paris e a Estrela
do Butantã que foi inaugurada em 1964, na esquina da Av. Vital Brasil com a Rua
Camargo e está lá até hoje. 

Av. Vital Brasil. Data: 22/09/1928. 

Com a construção do metrô o aumento de passageiros pelo
bairro só aumentou e trouxe para o bairro também lojas de grandes redes, fazendo o
bairro crescer cada vez mais, sempre em movimento.


Fotos do Acervo Fotográfico Histórico de São Paulo.

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